domingo, 6 de maio de 2012

Pentecostes: tempo de comemorar 2

B. Origem e sentido da festa cristã no Novo Testamento

A festa cristã tem as suas raízes na festa judaica. Embora o povo de Israel já lhe tivesse atribuído um significado religioso, os primeiros cristãos conferir-lhe-ão um outro, totalmente renovado. Para o descobrir, é necessário verificar que, nos Evangelhos, esta festa nunca é mencionada; só aparece no livro dos Avtos dos Apóstolos 2,1; 20,16 e na Primeira Carta aos Coríntios 16,8. Em ambos os textos, a palavra Pentecostes refere-se à festa judaica.

A festa do pentecostes, da colheita, ou dia de ação de graças, que se cleebrava no tempo de Jesus, tinha lugar sete semnas depois da Páscoa; era a festa dos primeiros frutos (Nm 28, 26), da ceifa (Ex 23, 16) ou das Semanas (Ex 34, 22).

A festa cristã do Pentecostes é notoriamente diferente da festa judaica; só coincidem no nome. A festa cristã celebra a vinda do Espírito Santo sobre ols Apóstolos e o nascimento da Igreja que abre as suas portas aos povos não judeus ou pagãos. A palavra «Pentecostes» para designar esta festa deve ter aparecido bastante mais tarde, nos primeiros séculos do Cristianismo.

Para os cristãos , a festa da Páscoa prolonga-se durante cinquenta dias. A este tempo chamamos «Tempo Pascal» ou «Cinquentena Pascal», e termina com a Festa do Pentecostes. A importãnciua desta festa litúrgica é comparável à da Páscoa.

Durante a Idade Média (séc. VII), alguns teólogos começaram a relacionar a vinda do Espírito Santo com os sete dos que figuram em Isaías 11, 2-4a. Desde então, a festa do Pentecostes é associada à efusão dos sete dons do Espírito Sanro.


Em síntese:
Com o Pentecostes cristão fica sem efeito o antigo legalismo hebraico e inicia-se uma nova Lei, fundada na liberdade que advém da força do Ressuscitado, a mesma que impulsiona o afã missionário da Igreja nascente. Por este motivo, a precisão cronológica de saber se foram exatamente 50 dias os que decorreram entre a ressurreição de Jesus e a vinda do Espírito Santo tem apenas valor simbólico.


Miguel Varela, Celebremos a Páscoa e o Pentecostes. Paulus: S. Paulo, 2001

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